A avaliação psicopedagógica clínica é um processo que investiga o processo de aprendizagem considerando a totalidade dos fatores envolvidos para entender a constituição da dificuldade de aprendizagem. A avaliação obedece a um conjunto de medidas específicas, que só devem ser aplicadas por profissionais devidamente habilitados para tal.
A avaliação psicopedagógica clínica é um processo que pode levar de quatro a doze sessões de atendimento. O processo avaliativo envolve a participação dos pais, cuidadores, professores e outros profissionais da escola. Frequentemente envolve ainda outros profissionais como neurologista, psiquiatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional entre outros, que façam acompanhamento do paciente. Logo, requer paciência e colaboração para que seja efetivo. O processo de avaliação psicopedagógica é dividido em três etapas principais, conforme pode ser observado abaixo:
Etapa 1 – Entrevista de anamnese
A avaliação se inicia com a primeira sessão, a de anamnese, isto é, uma entrevista detalhada com os pais ou cuidadores na clínica. Essa sessão é considerada a primeira sessão de avaliação porque é o momento em que o psicopedagogo conhece o paciente através dos olhos dos pais ou responsáveis. É, digamos assim, o momento em que é feita uma primeira apresentação do paciente ao psicopedagogo. Na entrevista de anamnese, o psicopedagogo faz um levantamento minucioso dos assentes no seu desenvolvimento, história clínica, percurso escolar, dinâmicas familiares e outros fatores considerados relevantes para a compreensão do caso em estudo. O paciente, geralmente, não está presente nessa primeira sessão de avaliação, apenas os pais ou responsáveis.
Etapa 2 – Sessões de desenvolvimento de atividades e aplicação de testes padronizados
A partir dos relatos e queixas dos pais ou responsáveis ou do próprio paciente, se adulto, o psicopedagogo faz sessões individualizadas. Essas sessões podem durar de 45 minutos a 50 minutos e, frequentemente, são realizadas uma vez por semana. Nelas, são realizadas aplicação de provas de avaliação, para investigar as áreas consideradas necessárias de acordo com destino a dar à avaliação, seja esta quanto à área cognitiva, área atencional, comportamental ou área das competências escolares, leitura, escrita, matemática. Consoante as características do caso poderá ser necessária a recolha de informação de outros contextos de interação do paciente quais sejam a escola, centros de estudo, outros familiares. Essa segunda etapa pode abranger de quatro a doze sessões, a depender do desempenho do paciente nas provas avaliativas e pode incluir visita à escola para observação naturalística do paciente, entrevista com professores, entrega de protocolos avaliativos a professores, pais, cuidadores, familiares ou outros profissionais que acompanham o paciente.
Etapa 3 – Sessão de devolutiva para os pais, responsáveis ou paciente
Após a aplicação do protocolo de avaliação, tem lugar a análise dos dados e a elaboração de um relatório escrito que é entregue aos pais numa sessão específica para a entrega e explicação dos resultados, sendo muitas vezes apresentadas sugestões, propostas de intervenção ou de encaminhamento, baseadas na partilha de estratégias específicas para o caso.